Fender Precision Bass... O mundo conheceu um novo instrumento
| O PRIMEIRO CONTRABAIXO FABRICADO NO MUNDO. LEVE, FÁCIL DE TOCAR E PRINCIPALMENTE DE SER TRANSPORTADO (AO CONTRÁRIO DOS GRANDES BAIXOS ACÚSTICOS), BASEADO NO DESIGN DA GUITARRA TELECASTER. A FOTO MOSTRA UM DOS PRIMEIROS EXEMPLARES. O CORPO FOI CONSTRUÍDO EM OUTUBRO DE 1950 E O BRAÇO EM NOVEMBRO DE 1951. (THE BASS BOOK) O famoso Fender Precision, com um único captador, foi o primeiro contrabaixo elétrico a ser colocado à venda no mercado americano. O ano: 1951. Preço: US$ 195.50. Mas o lendário Precision Bass, vendido atualmente, é um pouco diferente do modelo 51, já que a Fender mudou o desenho do corpo em 1954. O P-bass, como é carinhosamente chamado, também soa um pouco diferente do modelo pioneiro, graças ao captador de bobinas separadas que foi instalado em 1957. Claro que seu preço, igualmente, sofreu alterações: um Fender Precision, modelo 57, Vintage Series, está atualmente cotado em US$ 1.900,00 (instrumento em bom estado de conservação). Fora esta alteração, a estrutura básica do instrumento continua a mesma há 46 anos! Isto é algo incrível! Afinal, nenhuma montadora de automóveis coloca à venda carros modelos 1957! |
É óbvio que o contrabaixo sofreu algumas modificações ao longo deste tempo todo, sendo as mais importantes os instrumentos construídos em modulus grafite e fibra de vidro, desenvolvidos por Ned Steinberger.
Contudo, desde o Precision, a maioria dos baixos quase não têm sofrido modificações eletrônicas que aprimorem o pioneiro trabalho de Leo Fender. Enquanto os amplificadores se tornavam mais eficientes e a invenção de Fender se difundia entre os músicos, o som do Precision, grave e pesado, passou a não corresponder totalmente para alguns contrabaixistas da época. "Faltam agudos ao Precision" - diziam.
Assim, o próximo passo lógico na evolução do contrabaixo elétrico foi oferecer uma maior resposta às freqüências altas. Dois novos modelos surgiram. O primeiro foi Fender Jazz Bass, que nasceu em 1960. O segundo foi o Rickenbacker 4001, lançado logo depois. Ambos utilizavam dois captadores ao invés de um só e a idéia era dar ao baixista a opção de criar o seu próprio timbre através da mistura dos dois captadores (um para os graves, outro para os agudos). Não por coincidência, o Jazz Bass e o 4001 possuíam braços mais estreitos que o Precision Bass.
Nem o Fender Jazz, nem o Rickenbacker 4001 agradaram completamente. Mesmo não possuindo uma boa resposta para as freqüências altas, o Precision, pelo menos, tinha um som contínuo e encorpado. Os baixos com captadores duplos, por contraste, soavam ricos em todas as freqüências, mas tendiam para certa falta de característica e de peso nos timbres médios. Muitos baixistas, entretanto, tiraram proveito desse som, com destaque para Larry Graham (Sly & the Family Stone) e seus "slaps" com o Jazz Bass e Chris Squire (Yes) com o seu Rickenbacker.
Quando a Companhia Alembic começou a construir guitarras e contrabaixos em 1968, seus engenheiros empregaram circuitos ativos que selecionavam ou filtravam certas freqüências antes do sinal partir para o amplificador.
Em meados dos anos 70, as pirotecnias, de Stanley Clarke, com seu baixo Alembic, causaram sensação entre os baixistas da época, consolidando a utilização dos circuitos ativos em todo o mundo.
Depois de vender sua companhia para a CBS, Leo Fender ajudou a desenvolver, no começo da década de 70, outra lenda: o contrabaixo Music Man. Mais tarde, Leo Fender fundou a G&L, cuja estrela da linha de baixos com circuitos ativos foi o interceptor, cheio de graves e bem educados agudos.
Contrabaixos com circuito ativo não necessitam ter mais botões do que o amplificador, mas às vezes as fábricas ficam mais interessadas no visual do que propriamente no aspecto funcional do instrumento. Tudo não passa de tentativas de refinar o conceito do baixo elétrico, isto é, do pioneiro Precision. Basta folhearmos qualquer revista estrangeira de música para depararmos com toda sorte de coisas. Dos ousados Steinberger ao Clevinger, um baixo de braço duplo. Também poderemos nos deparar com baixos de 8 cordas. Este instrumento, que possui mais 4 cordas afinadas, 2 oitavas acima da afinação normal, foi fabricado em 1963. No entanto, não foi aceito pelos contrabaixistas da época, em virtude de seu peso excessivo, problemas de afinação e braço muito grosso.
Alguns modelos surgiram com razoável aceitação, como os instrumentos fabricados pela B.C.Rich, com um desenho contemporâneo e um braço inteiriço que atravessa o corpo. Outros bons baixos de oito cordas são os fabricados pela Hammer e Kramer.
Um novo salto da evolução surgiu com os contrabaixos Kubicki Ex Factor, fabricados por Philip Kubicki em Santa Bárbara, Califórnia. Seu projeto custou 18 meses de trabalho e tudo foi pensado ergometricamente: peso total, centro de gravidade, desenho do corpo... Tudo foi planejado para proporcionar maior comodidade ao contrabaixista. Os circuitos eletrônicos do Ex Factor possuem sete funções separadas, controladas por dois botões e um seletor rotatório. Um outro fator interessante de sua construção são os dois trastes adicionais na corda E (Mi bemol e Ré), abrindo, na época, novas fronteiras para os músicos.
O Kubicki Ex Factor pode ser ouvido e admirado nos trabalhos em vídeo do contrabaixista Stuart Hamm, onde são obtidas grandes variedades de sonoridades e timbres, mediante a utilização das técnicas de Slap e Tapping.
Em 1982, através do visionário Joe Zoon, foi criada a Zoon Guitars and Bass.
Atualmente, o modelo "State of the Art" é o Zoon Hyperbass fretless, desenvolvido para ser utilizado pelo maior contrabaixista da atualidade: Michael Manring.
Este instrumento excepcional possui dispositivos Hipshot em cada tarracha para reafinação instantânea em qualquer tom, ponte com microafinação em dois níveis de ajuste para até dois tons, além de saída estéreo com plug de oito pinos (dois para cada corda) e braço inteiriço feito em grafite e fibra de carbono (não existem tensores - este tipo de braço não sofre oscilações como os demais instrumentos).
Preço? US% 9.000...