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Será ele o pai do filho da garota “desprotegida”? A bela traiu o marido com o bombeiro? Mas o que temos a ver com esse show da mídia?!

O show é real. Este é o nome que se deu a esta safra de programas televisivos que se dispõem a explorar a vida real das pessoas. Confinadas, elas se expõem 24 horas aos olhares de quem quiser e puder ver.
Trata-se na verdade de uma programação que procura nos entreter a partir de um ponto fraco que possuímos: a curiosidade. Com isso, nós justificamos que não há problema nenhum em darmos uma espiadinha no que eles fazem, no que falam e no que tramam. Em pouco tempo, familiarizamo-nos com eles a ponto de os classificar como nossos amigos e inimigos. Quem não se emocionou com as lágrimas do Bambam, que solitário resolveu dedicar-se a uma boneca improvisada? Ou não sorriu com a esperteza do Dhomini, querendo de todas as formas conquistar o amor de Sabrina?
O envolvimento é o objetivo. É a partir do que vemos, ouvimos e sentimos que tomamos um partido e entramos no jogo. Queremos a vitória de um e, conseqüentemente, a derrota de todos os outros. O jogo tem regras. Eliminar é preciso. E essa eliminação quem decide somos nós, os expectadores.
Não quero fazer um juízo moral sobre esses programas, afinal quem está lá, está porque quer, e quem assiste é porque descobriu nessa observação alguma resposta para sua vida. Os que se dispõem a essa observação são gente que, na maioria dos casos, deseja sair do anonimato da vida, galgar novos espaços e conseqüentemente ganhar dinheiro.
Enquanto eles ganham tudo isso, nós, do lado de cá, perdemos tempo.

Alguma coisa está fora do ar

Outra forma de exploração da vida pessoal dos outros são os programas que prevalecem na parte da tarde, quando o objetivo principal é informar aos telespectadores as últimas fofocas sobre as celebridades. Digo de passagem que o termo ‘celebridade’ é usado para se referir a qualquer mocinha que sai pelada nas revistas masculinas ou aos garotões que também saem pelados em revistas, coincidentemente também masculinas.
Os apresentadores passam horas e horas discutindo se o fulaninho terminou ou não com a fulaninha. Elevam o assunto a uma categoria de importância tal, como se isso pudesse mudar alguma coisa na vida de quem os assiste. Geralmente, esses apresentadores são inteligências raras. Dizem estar a serviço do interesse público e insistem que não fazem fofocas, mas que trabalham como jornalistas da curiosidade.
Há também os programas que gostam de ajudar a resolver problemas pessoais dos anônimos. As pessoas são expostas a situações constrangedoras e se ridicularizam. Exemplo disso é a namorada que vai até o programa para aplicar um teste de fidelidade no namorado, ou a garota que vai descobrir, ao vivo para todo Brasil, se o filho é do fulano ou não. O teste da paternidade tornou-se espetáculo grotesco de todas as horas.

Personagens e tramas

Esses personagens são reais. Não são frutos da cabeça do Gilberto Braga, mas superam em muito os maiores dos vilões por ele criados para as novelas.
Os apresentadores colocam-se como aqueles que querem ajudar a resolver os problemas da humanidade, mas o que desejam na verdade é manter o ibope. Por isso, quanto maior a polêmica, maior a atenção e a caridade demonstrada. Há uma senhora que insiste em parecer humanitária e até criou um chavão que diz: “Mexeu com você, mexeu comigo!”. Seria mais honesto da parte dela, se dissesse: “Mexeu no meu ibope, mexeu comigo!”.
Fico pensando na vergonha que tudo isso deveria representar para todos nós, brasileiros. Lembro do caso da bela que dizem ter se envolvido com um bombeiro. Exemplo claro de que as pessoas estão cada vez mais fora de suas funções. O que esse tal bombeiro tinha que estar tirando fotos para fazer calendário? Será que não tinha nenhum incêndio naquele momento que ele pudesse ajudar apagar?
E fico me perguntando no que temos com isso? Se traiu, se não traiu, se falou, se não falou. O que deveria nos interessar são as inúmeras decisões que são tomadas no Palácio do Planalto que, na maioria das vezes, são absolutamente importantes para a vida da população brasileira e que nem sequer tornam-se notícias.
Deveríamos nos inteirar das verdadeiras razões pelas quais a senadora Heloísa Helena não sobreviveu ao paredão a que foi submetida. Nem passa na cabeça da maioria dos brasileiros o que essa senhora sofreu em nome dessa nação que insiste em desconhecer os problemas que tem.
O show também é real, mas não tão bonito assim. Acredito que pensar seja a forma mais concreta que temos para reverter o quadro. Não podemos aumentar o número dos que alimentam essa mídia que sobrevive dos supostos romances entre belas e bombeiros. Se eles não conseguem ficar no lugar certo, fiquemos nós. Há muito fogo a ser apagado em nossas casas. E pelo jeito não podemos confiar tanto nos bombeiros. É possível que, na hora do fogo, eles estejam posando para as fotos.

 

pe. Fábio de Melo, scj
Cantor, compositor e escritor
www.fabiodemelo.com.br

  
  
 

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