Algumas pessoas são radicais. Há igrejas e pastores e até padres e animadores de liturgia que proíbem seus fiéis de cantar os cantos do Pe. Zezinho ou do Zé Vicente, ou do Cardoso ou do Zé Martins porque não os acham ungidos. Não nos ouviram nem querem nos ouvir. Se fizessem isso saberiam que temos muitíssimos cantos litúrgicos, mas decidiram nos classificar como "autores não litúrgicos" - como se isso existisse.
Há autores que escrevem mais para liturgia e autores que escrevem mais para outros momentos da fé. Sou um desses, mas já escrevi e escrevo muito para liturgia. Não existem autores litúrgicos e não litúrgicos. Existem canções litúrgicas e canções não litúrgicas. Não somos coisa. Somos gente que faz coisas, assim como o pedreiro não é o tijolo que ele assenta.
Dizer que a canção litúrgica é a única canção que merece ser cantada é um exagero. Ao lado da canção profana, a canção religiosa litúrgica ou não litúrgica participa do processo de inculturação de um povo. Todo o cantor de canção sagrada precisa entender que, junto com o cantor de canção profana, está criando condições para que um povo expresse sua cultura no momento de dançar e fazer festa lá fora e no momento de dançar e fazer festa dentro do templo.
Pe. Zezinho, scj (pezscj@uol.com.br)
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