Estava tudo certo. Dia 13 de abril daquele ano, Fernando e sua banda íam se apresentar na Festa de Cajueiro do Tatatá. Dois meses de ensaio, um forte desejo de falar de Jesus, de Nossa Senhora, fazer com que os moradores cajueirenses conheçam a Palavra de Deus que era escassa na cidade, difícil até ter essas igrejas evangélicas de fundo de quintal. Fernando sabia da responsabilidade que seria estar na festa daquela cidade. Sua banda ensaiava várias vezes por semana e antes de cada ensaio rezavam muito e pediam que Deus abençoasse aquele evento e todas as pessoas que estivessem presentes naquele dia. As semanas se passaram, os dias eram contados e chega a semana do evento... A banda não pára de ensaiar e agora é joelho no chão diariamente. Uum misto de medo e insegurança toma conta de alguns dos membros da banda e inclusive de Fernando, o líder vocalista.
Chega o dia do evento. Fernando, ao acordar, lembra da responsabilidade que teríam naquele dia, consagra o seu dia ao Senhor e começa um jejum. Eram 15 horas e eles estavam reunidos no Santíssimo Sacramento da Igreja da Cidade Santos Louvores (cidade onde Fernando e sua banda moravam). A viajem para Cajueiro do Tatatá estava marcada para às 16h30. Lá estavam rezando. Chega a condução que os levaria para fazer o show evangelístico e tudo pronto... Dão a partida para aquela que seria a maior experiência de suas vidas.
Chegam à cidade por volta das 20 horas. O tempo está ruim e não há ninguém na praça principal de Cajueiro do Tatatá. Um palco enorme e um som que ao longe já deixava perceber o seu tamanho em qualidade e quantidade. Os operadores estavam apostos. Tudo estava pronto. Haveria uma banda que abriria o evento, tocando por 20 minutos, e estava tudo certo. Desceram os instrumentos do veículo de transporte e se colocaram em oração. Fernando consagrava o palco enquanto os outros ficavam em oração pelo evento. Mas, uma coisa estava errada, cadê todo mundo? Cadê o público? Nada de público... Acho que devido ao tempo, pois parecia que uma grande chuva ía desabar a qualquer momento. A banda que ía abrir o evento não veio e um dos técnicos pediu que a banda de Fernando se preparasse. A chuva ía cair a qualquer momento. O guitarrista da banda perguntou: "Nós vamos tocar pra quem?". Fernando olhou com uma feição de reprovação diante da pergunta do guitarrista e falou para o técnico: "Por favor, prepare tudo, que nós começaremos". Foi assim, como no ensaio, começariam com o baterista dando uma virada sensacional e, em seguida, ao som de uma música instrumental, apresentavam os músicos da banda.
Todos da banda estavam perplexos, pois Fernando estava cantando e ministrando as músicas como se o local estivesse cheio de gente. Olhou pra trás e disse a todos: "Sejamos fiéis como o Senhor é fiel. O Senhor não nos prepararia em vão. O Senhor não deixará que nosso empenho seja em vão. Sejamos fiéis". Já passava a falar isso no microfone, falava de fé, de confiança e já estava totalmente tomado pela missão que Deus confiava a ele e à sua banda. Os trovões se misturavam ao som que a banda tocava e ao barulho da chuva que batia no teto do palco e na água do rio, que corria bem atrás ao palco. Fernando, usado pelo Espírito Santo, continuava a sua pregação sobre confiança. Para que fosse ouvido, o único operador da mesa aumentou o volume de seu microfone e vibrava a cada colocação de Fernando. A banda tocava de forma empolgada. O ponto alto do louvor foi quando, ao som de uma música linda, Fernando pedia que todos que estivessem ali louvassem e adorassem ao Deus que transforma as situações, ao Deus que enxerga o seu problema e que o toma pra Ele, ao Deus que ouve a oração do justo. Dizia que se formos fiéis ou infiéis, Deus será sempre fiel: "Acredite, acredite em Deus, no Deus da Salvação, no Deus que faz o cego enxergar, que faz o coxo andar". Fernando e sua banda já não se importavam com chuva, se tinha ou não público, era unção pura, a missão estava sendo cumprida.
A chuva foi cessando e uma música que durou cerca de 20 minutos, sendo cantada por Fernando, foi sendo findada. Abriu os olhos e um coro de vozes cantava a música que ele tinha terminado de cantar. O local estava cheio, parecia que a cidade em peso estava ali. Era impossível saber de onde vieram e o número de pessoas presentes. O barulho da chuva e os olhos fechados de Fernando não permitiram tal constatação.
Foi então, que um senhor baixinho, prefeito de Cajueiro do Tatatá, veio ao palco e pegou o microfone. Fernando estava estático, sem entender nada. O senhor disse: "Rapaz, tenha certeza de uma coisa: Deus te mandou aqui. Esta chuva poderia ter acabado com nossa cidade. Na última chuva o rio encheu e, apesar de todas as obras e de todo o dinheiro investido, várias pessoas ficaram desabrigadas. Hoje, quando armou o temporal, todos foram para as suas casas com medo. Uns foram reunir suas coisas, outros foram para as regiões mais altas... Ontem terminamos uma obra de escoamento que foi feita apenas por um pedreiro do interior da cidade e, como forma de pagamento, ele pediu que fosse feita a festa da cidade com uma apresentação que pudesse agradecer o trabalho dele a Deus. Este pedreiro finalizou seu trabalho com os dizeres: "Agora só basta acreditar. Se formos fiéis no agradecimento, Deus há de nos salvar!". Tudo estava tão claro e fomos incapazes de ver... Até a contratação desta banda já era um plano de Deus, tendo em vista que contratamos vocês há meses. Fernando, então, falou: "Se tem uma sentimento que eu tive o tempo inteiro, foi que Deus queria que tudo isso acontecesse".
Ouçamos a voz do Senhor e façamos tudo o que Ele nos disser.
Músico, se coloque sempre a serviço de Deus e dos outros. Não estamos em um palco por nós, pra nos satisfazer e nem pelos nossos propósitos. Nós, músicos evangelizadores, somos instrumentos de vida e salvação para o povo e para nós mesmos. Estejamos sempre prontos, unindo técnica, espiritualidade e unção.
Reze, ensaie e pare para ouvir a voz do Senhor. Ele falará por você.
Deus te abençoe.
O que Deus uniu, o homem não separa!
Robson Mendes (robsonmendes@aliancadevida.com.br)
Ministério Aliança de Vida - Rio de Janeiro-RJ