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ACIDENTE GRAVE OCORRIDO HÁ POUCO NA MARGINAL DO TIETÊ, ENVOLVENDO UM ÔNIBUS E UMA MULHER GRAVIDA! VOCÊ ACOMPANHA AGORA IMAGENS EXCLUSIVAS, DIRETAMENTE DO NOSSO HELICÓPTERO ÁGUIA DOURADA QUE JÁ ESTÁ SOBREVOANDO O LOCAL DO ACIDENTE.

Pronto, motivo mais que suficiente para o Datena garantir a audiência. Tem até programa vespertino de domingo fraudando noticias para vencer a concorrência. Quanto mais tragédia, melhor. O ser humano é assim, tem um lado cruel, gosta de ver sangue. Desde da antigüidade, o sangue (dos outros, obviamente) faz aumentar o ibope. Os romanos lotavam as arenas para ver gladiadores se enfrentarem num circo de violência desmedida, se divertiam ao assistir leões famintos devorarem cristãos, entre eles mulheres e crianças. Ainda hoje, em vários países onde as touradas são permitidas, as pessoas sentem prazer ao acompanhar o ato covarde de um homem treinado e armado de uma espada (traiçoeiramente bem escondida atrás de uma capa vermelha) humilhar e matar um boi.

É quase impossível, ao estar diante da TV, controle remoto na mão, zapiando (compulsivamente como eu), não parar no canal de esportes que está transmitindo o Ultimate Fighter (campeonato de lutas de vale- tudo); aqui entre nós, principalmente se o Vitor Belfort estiver apanhando, para o desgosto da ex-famosa Feiticeira e para a alegria geral da nação.

Agora entendo: não foi à toa que a flagelação e morte de Jesus (com todos os requintes de crueldade que bem conhecemos) tenha sido um espetáculo para muitos na sua época, não é à toa que disputaram suas vestes. Todos queriam uma recordação daquele show de horrores. Enquanto viam o sofrimento e o sangue de Cristo, não se davam conta do que realmente estava acontecendo: um espetáculo de salvação, um show de amor, o véu do templo se rasgando em duas partes e as portas do céu se abrindo definitivamente para a humanidade.

É inegável: o ser humano adora uma notícia sensacionalista... Mas não nós, que já tivemos nossa experiência de Deus, nascemos de novo e fomos transfondamos pelo poder da oração. Nós estamos livres, leves e soltos, porque somos da Igreja e não somos mais assim, não é verdade?
Não, não é...

Ainda carregamos o vício do sensacionalismo e, apesar dos anos de caminhada, ainda me impressiona e incomoda a forma como nós, cristãos, também adoramos uma história cheia de tragédias. Isso mesmo, pois exibimos incessantemente em qualquer reunião, encontro, experiência de oração, aprofundamentos, pessoas testemunhando o quanto eram más, o quanto aquela garota se prostituía, o quanto aquele rapaz se drogava (ou vice-versa), o quanto aquele homem era vil, o quanto aquela esposa apanhava do marido, quantos desafetos aquele ex-traficante “deitou” na impulsividade de sua automática. A gente acha o máximo e aplaude.

Chegamos ao ponto em que um quer contar uma história pior que a do outro, um quer ter o passado pior que o do outro, só para ter o testemunho mais forte, “mais abençoado”. Não duvido nada que em alguns casos hajam até exageros. Vai ver que neguinho fazia aviãozinho e já sai contando que era quase um Fernandinho Beiramar, talvez o cara exagerou no vinho branco na formatura da prima e dá testemunho de que teve sérios problemas com a bebida, que “encharcava” feito a Heleninha Roittman, aliás, problema com álcool mesmo tem o Corcel II do meu tio, mas isso é outra história...

Continuando, eu sei que o testemunho é fundamental na Igreja e no processo de evangelização principalmente; eu não estou aqui sendo contra eles, em hipótese alguma. Muito pelo contrário, eles me comovem e sei o quanto servem como exemplo e incentivo para aqueles que estão no fundo do poço.
Mas é só isso que existe? Jura que não tem outra coisa? Não é à toa que o mundo sacaneia a gente cantando “eu era um bêbado, e vivia drogado...”. Poxa! O cristianismo é só isso mesmo? Você está certo disso??? Posso perguntar?

Onde estão aqueles corajosos que resistiram bravamente para dizer “eu nunca coloquei nada de droga na minha boca (se estende para nariz, veia, etc)”? Quem vai incentivar a importância da família dizendo “Eu nunca causei preocupações para meus pais, sempre procurei ser bom filho porque eles sempre foram para mim os pais mais maravilhosos do mundo”? Quem vai dizer “eu me esforcei e estudei muito, sempre, porque sonho em ser alguém, ajudar a construir um futuro melhor para mim e para meus semelhantes”?

A Igreja está cheia dessas pessoas, mas elas estão caladas, talvez por nossa própria culpa que não as deixamos falar. Lá fora, no mundo, está cheio de gente normal, que estuda, que trabalha, que é honesta, mas acima de tudo pessoas que estão com seus corações vazios e precisam saber que nossa igreja é o melhor lugar para elas. Deus é a melhor opção para a vida dessas pessoas também.

Só para concluir, no último Hallel de Maringá, no módulo que participávamos, muitas pessoas foram chamadas ao pequeno palco para testemunhar, para glória e honra de nosso Deus, testemunhos lindos, palavra de honra que me emocionei, mas faltou por exemplo o testemunho de Adilson Sabará (ex-vocalista da banda Cristoatividade), que estavá lá. Numa das minhas idas a Cachoeira Paulista, eu jantei na casa dele (sempre que vou para lá eu descolo uma janta free na casa de alguém). Pude presenciar que ele, juntamente com a esposa Silvana e a filhinha Sarah, constituem um lar, um lar comum ao da grande maioria dos lares desse país, onde se vive o dia-a-dia em Deus, sem grandes estardalhaços, onde se faz contas e mais contas para conseguir pagar o aluguel direitinho, onde se mede, na hora de ir ao supermercado, se vai ou não comprar um iogurte a mais dessa vez, um lar onde se vive, de modo cristão, o sentimento de família. Eles não brigaram feio para depois reconciliar, eles não ficaram ricos, nunca processaram a gravadora, mas deveriam testemunhar o que vivem para que as pessoas continuem a ter esperança, para que as pessoas continuem a acreditar que é muito simples ser feliz.

Será que isso não dá ibope?

 

Rogério Feltrin (Rosa de Saron)
lelo@sigmanet.com.br

  
  
 

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