Há muito tempo Deus colocou em meu coração uma vontade imensa de ser "comunidade". Mas não aquele conceito de comunidade que se encontra por aí, de pessoas que deixam trabalho e família para viver num mesmo lugar. A própria palavra já diz "comum unidade". Nós todos podemos ser comunidade em qualquer lugar, nos diversos estados de vida: casados, solteiros, religiosos... Tentamos viver numa casa por um ano em São José dos Campos-SP e por quatro meses em Brasília-DF. Vimos que ainda nos falta muito para ser comunidade de vida. O objetivo alcançamos, pois estamos juntos e firmes. Mas foi bom o que vivemos, porque não ficamos esperando nossa vocação sentados em nossas casas.
Em 1996 o Padre Joãozinho, scj, que era nosso diretor espiritual, nos propôs que fôssemos "Missão Vida Reluz", e dizia que Deus tinha muito mais a realizar, e que ultrapassava a música. Como eu nunca pensei só em música, segui buscando esse "algo mais" de Deus. Saí da Banda, mas até então não havia deixado de ser Missão Vida Reluz. Aliás, a marca Vida Reluz estava em meu nome. O tempo foi passando e fomos percebendo que não dava para continuar com dois projetos diferentes. Além das diversas vocações que cada um da Missão possuía... Neste ano de 2002, pedimos a Deus uma resolução. Rezamos e o Senhor havia pedido que déssemos o nome "Vida Reluz" à Banda. Sentimos grande paz. E o incrível é que a Banda pensava em fazer o mesmo. Mas eu achei justo deixar com eles. E o fiz. Depois de fazer a experiência comunitária em Brasília, voltei para São José, acolhido por Dom Nelson Westrupp. Seguimos com a Missão, aliás é o que hoje somos: missionários. Ainda é cedo para falar sobre um novo nome. Continuamos cumprindo o que Deus pôs no coração, e digo que hoje muito mais, pois a vida ensina, e como ensina! Cada um vive em sua casa e nos encontramos toda semana. Hoje sinto vergonha de no passado ter sido chamado de missionário, pelas coisas que exigíamos ou pelo modo que vivíamos. O apóstolo Paulo reduz os direitos do missionário a quase nada, e acrescenta "Em tudo me guardei e me guardarei de vos ser pesado". Temos mil necessidades, mas buscamos não ser pesados aos que nos convidam para alguma missão.
Peço que você não desista de lutar conosco em oração. Um dia, conversando com o Ricardo Sá, da Canção Nova, ele me dizia, ao me olhar nos olhos: "Gostaria de definir melhor o que vejo em você". Então eu lhe disse: "Eu sei. É que eu sou insistente". E ele completa sorrindo: "Isso mesmo! Você insiste!".
Tem coisas que "às vezes" são defeitos e outras vezes nos ajudam a caminhar.
Que Deus nos acompanhe em todo o nosso caminho de vocação.
Confira AQUI uma entrevista exclusiva com Walmir Alencar, onde o músico fala sobre seu novo CD e sobre a saída definitiva da Comunidade Vida Reluz. | |
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